Uma em cada três MPEs paga multas tributárias por má comunicação com o contador. Uma das principais causas de mortalidade nos primeiros cinco anos de atividade é a falta de planejamento antecipado – o que implica em problemas principalmente na hora de recolher os impostos.
Se lidar com finanças é algo complexo para as pequenas empresas, osdados acima, que são de uma pesquisa da Nibo (desenvolvedora de softwares de gestão financeira) e do Sebrae-SP, servem de alerta para quem está à frente dos pequenos empreendimentos.
O levantamento da Nibo, que acaba de ser realizado com 300 gestores de MPEs no País, mostra outros dados interessantes. Dessas empresas, 67% afirmaram não receber qualquer tipo de relatório ou consultoria do seu contador, sendo que, entre as empresas com mais de 50 colaboradores, 47% registraram essa ausência de demonstrativos. Já mais de 20% afirmam que podem trocar o contador nos próximos seis meses por esse motivo.
Durante a aplicação da pesquisa, alguns entrevistados reconheceram passar informações em atraso ao contador, ou disseram guardar recibos, notas e documentos para apurações fiscais e contábeis na caixa de sapato.
“São empresas que só crescem quando constatam o quanto a desorganização pode doer no bolso, e só então passam a enxergar o contador como parceiro estratégico”, destaca Sabrina.
Para a maioria das pequenas empresas em estruturação, gastar dinheiro com “luxos” como um contador geralmente fica em segundo plano. Mas quando não há escapatória, há quem prefira gastar o mínimo possível – caso típico de barato que sai caro.
Richard Domingos, da Confirp, tem opinião semelhante. Segundo ele, o empresário não valoriza o trabalho do bom contador, que muitas vezes cobra o que ele não está disposto a pagar. “Só pelo contador classificar produtos corretamente para emitir nota pode gerar vantagens no recolhimento de um imposto. Mas muita gente não enxerga isso.”
A briga é sempre essa: a empresa quer pagar o mínimo possível ao contador, que por sua vez devolve o mínimo possível. Ele pode ser um ‘mal necessário’, mas se a relação é franca e de qualidade, ele se torna realmente parceiro